sexta-feira, 25 de janeiro de 2008

Os perigos da comunicação de massa

Débora Lucas
Apropriando-se do termo “comunicação de massa”, a partir do sentido que se construiu ao longo do tempo, estamos reforçando um erro ou a má interpretação de um conceito. Quando falamos em comunicação, tratamos da interação e da troca de informações ou mensagens entre diferentes indivíduos. Mas se caracterizamos como sendo de “massa”, imaginamos um grande número de pessoas que participam, diretamente ou não, do processo comunicacional. Mais que isso, acreditamos que prevalece a uniformidade de idéias, além da passividade do público na interação.

Na verdade, para utilizar a alcunha “massa” precisamos enquadrar a situação como algo que atinge uma pluralidade de indivíduos, além do número destes. A quantidade não pode simbolizar um mecanismo massivo, se não for acompanhado pela diversidade ideológica. Assim, desbanca-se também a idéia da homogeneidade de pensamentos.

Se tratarmos de uma revista especializada em adolescentes, como a Capricho, não podemos defini-la como um meio que atinge a massa. Isso não acontece porque tal revista é segmentada. Pode até alcançar um número grande e significativo de leitores, mas não uma pluralidade de público. Mas se o exemplo for um jornal, como o Jornal Nacional ou o Fantástico, exibidos pela Rede Globo, podemos falar em comunicação de massa, devido a diversidade de público que atingem.

Outro fator que necessita de esclarecimentos é que os indivíduos envolvidos na comunicação de massa não são passivos ao conteúdo. Ao contrário, já que a “massa” é pluralmente composta. Além disso, o feed back, mesmo que indireto, acontece naturalmente. Mudar de canal ou deixar de ler uma revista simboliza uma sutil discordância.

Conforme sugere Thompson (2002), estudioso dos processos comunicacionais, o adequado é utilizar o termo MÍDIA. Dessa forma, evita-se ambigüidades e induções errôneas.

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