quinta-feira, 31 de janeiro de 2008

Vulneráveis dentro e fora da escola



O jornal O Estado de S. Paulo publicou hoje uma reportagem sobre a vulnerabilidade das escolas na capital paulista. Foi divulgado o número alarmante de 1837 escolas em que a pobreza extrema e a violência caracterizam-nas como intensamente vulneráveis.

O município já oferece desde 1991 um “bônus” aos professores que trabalham nessas regiões. O intuito da pesquisa divulgada é reorganizar o bônus e rever as áreas vulneráveis.

Em Belo Horizonte também existem áreas vulneráveis. Uma pesquisa do CRISP (Centro de Estudos de Criminalidade e Segurança Pública) mostra que 71% dos alunos entrevistados já sofreram com a violência no ambiente escolar.

Interessante é perceber que a prefeitura de São Paulo considera que pagar ao professor um bônus de mais ou menos R$300 mudará a situação da violência nas escolas. Para um professor desestimulado, receber um pouco mais é muito bom, até porque está trabalhando em uma localidade tensa. Mas, isto não resolve nada.

O diálogo entre a escola e a comunidade, como apontou o CRISP, é o que reduz os índices de violência no ambiente escolar. Mas, esse diálogo deve acontecer com apoio de órgãos públicos dispostos a combater essa violência.

O tráfico de drogas é o principal terror das periferias atualmente. Quem conhece a região Norte de Belo Horizonte sabe disso. Se fosse em São Paulo, essa região seria tratada como “altamente vulnerável”. Para reduzir a violência ali não basta pagar mais para os professores, mas investir no combate ao tráfico.

O que quero mostrar é que a violência em regiões pobres das cidades não se relaciona apenas à qualidade reduzida da educação. Está diretamente ligada também à falta de políticas públicas eficazes e eficientes. Pagar mais aos professores, que não tem condições adequadas de trabalho e sofrem ameaças diárias de seus alunos, não resolve em São Paulo e em lugar nenhum.

A educação não pode continuar sendo a fuga dos políticos como a única forma de consertar esse país. No ponto que chegamos hoje, é preciso muito mais que educação. É preciso EDUCAÇÃO, MORADIA, SAÚDE, ALIMENTAÇÃO, SEGURANÇA...
É preciso condições mínimas de sobrevivência e de dignidade para todos. Assim ninguém mais vai ficar VULNERÁVEL.

Um comentário:

Anônimo disse...

Valeu pela visita debinha...achei bacana demais a propaganda do blog por email....ficou fina!!! inté, bjo!